O sociólogo francês Pierre Bourdieu faleceu na quarta-feira à noite, de cancro, no hospital Saint-Antoine de Paris, aos 71 anos, informou hoje um dos seus colaboradores, Patrick Champagne.

Titular da cátedra de Sociologia no Collège de France, Pierre Bourdieu era considerado um dos intelectuais mais influentes da actualidade.

Em 1964 adquiriu renome com a publicação, juntamente com Jean-Claude Passeron, de «Les Héritiers», obra que formula uma crítica fundamental do ensino superior francês, quatro anos antes do Maio de 68.

Em 1996, fundou a associação Liber/Raisons de Agir, editora de pequenos livros militantes denunciando o neoliberalismo.

Nascido a 1 de Agosto de 1930 em Denguin (Pirenéus-Atlânticos), numa família de origem camponesa, Pierre Bourdieu foi professor de filosofia no liceu de Moulins (Alier) em 1955, leccionando depois em Argel (1958-60), em Paris e em Lille (norte). Entre 1964 e 1980, foi director de estudos na Escola Prática de Altos Estudos, que se transformou na Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais.

Escreveu entre outras obras, «La Distinction» (1979), «Ce que Parler Veut Dire» (1982), «La Noblesse d´Etat» (1989), «Les Règles de l´Art» (1992), «Sur la Télévision» (1997), «La Domination Masculine» (1998).

Pierre Bourdieu, que apoiou em 1980 a candidatura de Coluche (um comediante francês) às eleições presidenciais, deu posteriormente o seu apoio aos grevistas e aos imigrantes ilegais em 1995. Em 1993, tinha fundado o Comité Internacional de Apoio aos Intelectuais Argelinos (CISIA).